PARALISAÇÃO GERAL - BALANÇO
DE RESULTADOS
Prezados
companheiros:
Antes de
avaliarmos o assunto gostaríamos que assistissem ao vídeo do link abaixo e
recordassem as palavras ditas pela então candidata à Presidente da República,
senhora Dilma Rousseff, no Congresso dos Caminhoneiros que realizamos no Auditório
do Senado Federal, em Brasília, no ano de 2010.
Na última
2ª feira, dia 04 de julho, já com os caminhões estacionados, fomos convidados
pela Ministra da Casa Civil da Presidência da República, senhora Gleisi Hoffmann,
que se fazia acompanhar do Sr. Ministro dos Transportes César Borges, a comparecermos
àquela Secretaria a fim de avaliarmos a pauta das questões que deram origem
à paralisação, de maneira a tentar encerrar a manifestação.
No encontro,
ocorrido na 3ª feira à tarde a Sra. Ministra, após comentar sobre os assuntos
da pauta apresentada, deixou evidenciada a total impossibilidade do governo
de flexibilizar aquelas questões, caracterizando inclusive a inexistência
até mesmo de ambiente para prosseguir com quaisquer negociações. Fizemos ver
então a Sra. Ministra a nossa preocupação com o fato de que o movimento não
tinha como ser interrompido e o abastecimento no país estaria correndo o risco
de ser prejudicado. Lamentavelmente o assunto não foi bem recebido pela Sra.
Ministra, que após afirmar "Então todos vocês terão que arcar com as consequências",
encerrou a reunião. Vale lembrar que na noite daquele mesmo dia fomos convidados
a retornar àquele gabinete onde, após algum tempo na sala da recepção, tivemos
a informação de que a reunião havia sido cancelada. A partir daí passamos
a ter conhecimento, através da mídia, de uma série de notícias divulgadas
de que o governo havia determinado a aplicação de profundas represálias aos
caminhoneiros, bem como ao Movimento União Brasil Caminhoneiro e ao seu presidente,
dentre elas:
- Tentativa
de caracterizar tratar-se de movimento "Lock Out" uma paralisação autêntica
dos caminhoneiros, conforme pode ser comprovado no site www.uniaobrasilcaminhoneiro.org.br,
com a determinação para que a Polícia Federal abrisse processo de averiguação;
- Aplicação
de multa no valor de seis milhões e trezentos mil reais ao MUBC e ao seu Presidente;
- Bloqueio
de eventuais bens patrimoniais dos mesmos;
- Determinação
à Petrobras Distribuidora no sentido de reincidir todos os contratos de transporte
existentes com a Cooperativa dos Caminhoneiros, que culminará com profundos
prejuízos às milhares de famílias de caminhoneiros, funcionários e outras
atividades que sobrevivem daqueles serviços;
- Rescisão
imediata do contrato de concessão remunerada da área federal ocupada pela
Cooperativa dos Caminhoneiros, na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro,
utilizada desde o ano de 1990 como ponto de apoio estratégico para os caminhoneiros,
além de garantir segurança e infraestrutura necessárias aos profissionais
e seus familiares que por ali passam diariamente;
- Rescisão
do acordo de cooperação firmado entre o MUBC e a ANTT - Agência Nacional de
Transportes Terrestres, para operar sem nenhum ônus o registro e cadastramento
obrigatório dos transportadores no RNTRC - Registro Nacional dos Transportadores
Rodoviários de Cargas, que a partir de agora passará a ser operado exclusivamente
por outros órgãos e provocará pesadas despesas de confecção para os seus usuários.
Lamentamos
profundamente o fato de que tais represálias tenham partido de um governo
comandado por uma verdadeira guerreira cuja trajetória comprova a sua fundamental
participação na redemocratização do Brasil, ocasião em que foi vítima e teve
de resistir a covardes e violentas represálias praticadas pelo regime anterior,
cujos métodos similares surpreendentemente vêm agora sendo utilizados contra
os maiores e mais sacrificados trabalhadores deste país, os caminhoneiros.
Só nos resta
tentar amenizar essa difícil situação através dos meios legais e constitucionais
vigentes e rogar a Deus que ilumine a governante maior deste país de maneira
que sejam reconsideradas as pesadas punições e mantidas suas características
tradicionais de espírito de justiça voltadas à solidariedade e respeito social
ao trabalhador, à pessoa humana, ao povo e ao Brasil.
Vivemos em
um país que foi, é e sempre será abençoado por Deus.
Saudações a todos,
Nélio Botelho |
MUBC |
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